Fortalecimento do assoalho pélvico

Durante a gestação, em razão do crescimento progressivo do útero, a bexiga é comprimida, o que pode levar à perda de urina. Além disto, o peso do abdômen sobrecarrega os músculos do assoalho pélvico, contribuindo também para a incontinência urinária (perda de urina involuntária) durante e após a gestação. Os exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico têm sido recomendados para evitar esse distúrbio.

Quais são os músculos do assoalho pélvico?

Os músculos do assoalho pélvico são os músculos que se localizam ao redor da uretra, da vagina e do ânus. Mais precisamente, eles seguem do cóccix (final da coluna) até o osso púbis (região inferior do abdome, acima da vagina). Eles que sustentam os órgãos pélvicos no lugar (bexiga, útero e reto) e fecham os orifícios (uretra, vagina e ânus), sendo assim responsáveis pela nossa capacidade de segurar a urina quando não estamos num local adequado para urinar e também por segurar as fezes quando ainda não estamos no banheiro, impedindo constrangimentos. Estes músculos, por circundarem a vagina, também contribuem para a sensibilidade e prazer na relação sexual.

Fortalecendo o assoalho pélvico

Os exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, que consistem em contrações dessa região, podem ser feitos desde o início da gestação, sem nenhum prejuízo para a mãe e para o bebê.  Para exercitar os dois tipos de fibra muscular existentes nessa região, a mulher deve realizar uma contração da região da vagina e do ânus, puxando para dentro, e manter de 5 a 10 segundos, e descansar o mesmo tempo que manteve este músculo contraído. Em seguida deve realizar uma contração rápida e forte, mantendo a força para dentro por apenas 1 segundo, e descansar 2 segundos. Ambas as contrações devem ser repetidas várias vezes por dia, em pé, sentada, deitada e durante atividades que exigem esforço físico.

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Só não realize essas contrações no momento que estiver urinando ou evacuando, pois nestas situações devemos relaxar. E quando for realizar a contração perineal não devemos contrair a barriga, o bumbum e as coxas para ajudar, nem prender a respiração.

Algumas mulheres podem ter dificuldade de sentir a contração dessa região, de conseguir realizá-la adequadamente. Neste caso, uma fisioterapeuta especialista na área (em saúde da mulher, uroginecologia ou fisioterapia pélvica) podem auxiliar nesse aprendizado com recursos específicos.

Alongando o assoalho pélvico

Para as gestantes que desejam o parto normal, são necessários exercícios de flexibilidade dos músculos do assoalho pélvico. O ganho de flexibilidade e alongamento dos músculos do assoalho pélvico devem ser realizados a partir da 36ª semana de gestação, por meio de massagem perineal e utilização do Epi-no. A melhora da flexibilidade e do alongamento dos músculos do assoalho pélvico ajudam a minimizar ou evitar lesões destes músculos, como a laceração e a episiotomia, portanto estes músculos estarão menos prejudicados ao final da gestação e do parto.

Sem lesões musculares a mulher apresentará uma recuperação pós-parto mais rápida e com menos dor, além de reduzir a chance do desenvolvimento de incontinência urinária e disfunções sexuais (dor na relação sexual, ou diminuição da sensibilidade durante a relação sexual).

Massagem Perineal

A massagem perineal consiste em movimentos realizados dentro do canal vaginal, com movimentos circulares em locais com elevada tensão muscular (onde o músculo pode estar mais contraído, mais enrijecido), e deslizamento das fibras musculares realizando um desenho em “U”, aumentando o alongamento e flexibilidade do canal vaginal. Pode ser realizada diariamente, com o uso de um gel lubrificante para facilitar e diminuir o atrito, como o KY gel encontrado na farmácia.

Para aprender a realizar a massagem, a gestante deve procurar uma fisioterapeuta especialista na área, e pode ir à consulta sozinha ou acompanhada do parceiro, que pode ajudá-la a praticar a massagem também.

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Utilização adequada do EPI-NO

Além da massagem perineal, a gestante pode utilizar o aparelho Epi-no (o nome vem de “episiotomia, não”), que possui um balão de silicone que é introduzido na vagina e insuflado aos poucos, alongando os músculos em todos os sentidos. Ele simula o que ocorrre quando a cabeça do bebê pressiona o assoalho pélvico na fase final do parto, distendendo a região, mas podemos ir fazendo isso aos poucos, sem lesionar o músculo, preparando-o para o parto.

Aparelho Epi-No para exercitar a expulsão do bebê no parto, durante a gestação e gravidez
Epi-no

O alongamento com o Epi-no deve ser realizado diariamente, e ele deve ser insuflado aos poucos, de acordo com o limite de dor de cada mulher, e mantido por alguns minutos dentro do canal vaginal. O aparelho não deve ser introduzido muito profundamente, e para que este trabalho seja realizado de forma adequada, a mulher deve procurar uma fisioterapeuta que possa ensinar a utilizá-lo.

Tanto a massagem perineal quanto o Epi-no, contribuem para o alongamento da região, mas, ao retirar o Epi-no do canal vaginal, a gestante treina o relaxamento que deve ter na fase final do parto, quando ocorre a passagem do bebê pelo canal vaginal, e assim se sente mais segura nessa fase, e pode reduzir a duração desta etapa, com sua participação realizando a força de expulsão corretamente.

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